Acordando

Brasil, 06 de Agosto de 2070.

Anh... para quem leu minha mensagem anterior, não, não errei a data, estou sim no ano de 2070, pelo menos é o que me dizem “por aqui”, ainda não consigo acreditar, não caiu a ficha ainda (inclusive essa expressão é considerada antiga nesta época).

Acordei do nada, confuso, disseram que devido a um acidente de carro eu entrei em coma quando tinha uns 20 anos, em janeiro de 2012, e que eu passei 15 anos envelhecendo normalmente no coma até que em 2027 descobriram um jeito de retardar drasticamente o envelhecimento induzindo um estado de semi-criogenia, deste modo acordei com 78 anos aparentando uns 40. Loucura? Vocês ainda não viram nada.

Sabendo do meu caso o governo me transformou em uma celebridade e me ofereceram a oportunidade de testar uma novíssima tecnologia que inventaram, o nome completo eu não lembro, gosto de chamá-lo de DataTransporter.

Ele envia os pulsos de informação que circulam na internet “hoje” para qualquer lugar no passado onde a internet tenha existido, assim como também consegue captar os pulsos enviados do passado como resposta, como se criasse uma fraca conexão com os antigos servidores. 

Não pude entender completamente, mas mesmo para quantidades mínimas de informação a máquina gasta uma quantidade de energia imensa, por isso não posso mandar imagens ou vídeos, apenas alguns textos curtos.

Por ser mais fácil escolhi este sistema de blog, por conter alguns templates prontos, economizando assim a quantidade de informação enviada e recebida; consequentemente economizando também a energia gasta no processo.

Existem restrições também quanto à informação que eu posso escrever aqui, bilhetes de loteria, citar nomes e até mesmo a minha família eu não posso contatar por aqui, porque eles ainda não sabem o que pode acontecer caso algo mais específico afete a minha linha de acontecimentos.

A parte boa, além de estar vivo e muito bem obrigado, é que eu posso escrever sobre a tecnologia e o modo de vida das pessoas desta época, eles também temem por alguma alteração drástica na linha, mas estão monitorando e se algo acontecer vão parar o experimento.

Ainda estou tentando colocar as peças juntas novamente, não enlouquecer (estou tendo sessões de terapia) e aprender e me acostumar a este novo mundo à minha frente, espero que este diário me ajude a enfrentar esta situação com certa “normalidade”.




À minha mãe: “Muito obrigado” e “Te amo.”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário