Axis?

20 de agosto de 2070.

continuando...

Um shopping, realmente, minha noção da realidade está se fechando em si e quase deixando de existir; era o que eu pensava quando Valter revelou nosso destino.

Um prédio totalmente transparente com passarelas de chão, do lado de fora um gigantesco holograma 3D nos convida a entrar no prédio, algumas passarelas móveis guiam os visitantes por entre as lojas e os hologramas de propaganda. “Vamos te comprar um Axis” referia-se Valter, como depois explicou, aos dispositivos que agregam as funções de celular, chave de carro, monitor biológico, computador e etc; um integrador digital.

O do Valter, que parece com um celular touch high tech é o mais básico, de todas as formas e cores, seus processadores quânticos miniaturizados batem de longe os supercomputadores de 2012 funcionando literalmente na velocidade do pensamento como vocês virão.

Fui olhando e escolhendo, alguns modelos mais complexos, outros mais simples; um funcionava como um bracelete, camuflando-se à pele do usuário quando este não o estiver utilizando; outro era feito de nanomáquinas que com o apertar de um botão transforma-se em uma pulseira, um colar, um joystick ou um visor, alterando as propriedades de suas partículas.

Valter disse ainda que existem outras formas de conectar-se à rede através de tatuagens cibernéticas ou implantes cerebrais, mais rápidos e precisos, mas são muito invasivos e por isso ele prefere não utilizar.

Reparei no que pareciam dois adesivos em formatos de pequenas gotas disformes achatadas, Valter percebeu minha curiosidade e mostrou que também tinha um par daqueles e ao falar desligou o holograma que os camuflava e dois dos mesmos dispositivos à minha frente estavam colados às laterais de sua testa.

“São Axis cognitivos, são os mais caros” explicou “Conectam-se ao sistema nervoso da pessoa através de pulsos eletromagnéticos”. Perguntei qual poderia comprar ao que ele respondeu que qualquer um porque estava sendo bancado pelo governo como um “correspondente do futuro” ou coisa parecida; resolvi comprar o básico e o cognitivo, que fui aconselhado a não utilizar por enquanto.

Saímos do shopping pelas mesmas passarelas anteriores e no caminho de volta Valter me explicou como utilizar o Axis mais básico, é uma finíssima folha plástica transparente e extremamente maleável, mas impossível de rasgar, quando ativada enrijecia e se transformava em uma espécie de vidro retangular do tamanho de um celular.

Alguns botões saltavam aos olhos, 3D, são bastante visuais e não tive problemas em me adaptar à maioria deles, mas não consegui fazer uma ligação ao que Valter apercebe-se, sem deixar de demonstrar certa surpresa; mostrou como adicionar o meu DNA como dono do telefone e como adicionar o DNA de outras pessoas para contatá-las, com a autorização delas “Lógico”.

O GPS mostrava minha localização e altitude, precisão de milímetros – quem disse que o Grande Irmão não podia ficar maior?  - assim como as características atmosféricas. Soube que sua tela captava energia tanto solar quanto do calor das mãos e que caso nenhuma das duas estivesse disponível, os postes de luz ainda são capazes de transmitir a sua energia em excesso para todos os dispositivos ao redor, por meio de ondas, sem custo.

Quando aprender o resto eu explico melhor.

2 comentários:

  1. Estou no ano de 2016, acabei de ler tudo... Ao acaso achei esse blog, ainda esta vivo?

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  2. Estou no ano de 2016, acabei de ler tudo... Ao acaso achei esse blog, ainda esta vivo?

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